quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Em agosto ja tinha descoberto toda a estrutura da mentira dela. Ficava me perguntando como é que sua mãe não. Algum tempo depois cheguei a conclusão de que a mãe mentia tanto quanto a filha. Principalmente mentia pra si, numa tentativa pífia de manter unida uma família que nada tinha de funcional já que ali todos mentiam. No entanto ela insistia em dizrr para o mundo e principalmente para si, de que sim eles eram uma família linda e unida. Tentei lhe mostrar, ela fingiu não ver. O pior de tudo é que ainda por cima tentou me convencer do contrário, dizendo que conhecia sua filha, que ela era incapaz de tudo aquilo que dizia e que na verdade o maior culpado era eu de toda aquela situação, já que criara uma couraça contra ela devido aos seus erros do passado, insistia que a gravidez a mudara e que mais do desconfiar o que deveria fazer agora era lhe apoiar.

 Esse discurso foi pronunciado inúmeras vezes nos próximos meses. Pior que um tolo, é um velho tolo, e mais tolo ainda o velho que não enxega o que está bem diante do seu nariz. Mas isso era impossível de acontecer, tal qual a filha era vivia a mentir pra si.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Dor, medo, raiva constante
Assim como a sensação de ridículo, uma enorme Vergonha
Constrangimento
Meu primeiro casamento foi um vexame, um enorme Vexame
Uma estupidez sem tamanho
E tudo em nome de um amor que desde o início fora traído
No meio de tudo isso, o convívio com quem quer que fosse
 se tornara
 Impossível

domingo, 29 de outubro de 2017

Até beijo de novela me fazia chorar
Comercias sentimentais me levavam facilmente às lágrimas
Ouvindo música, vendo filmes, lendo ou vendo o mundo passar
Tudo me fazia lembrar e com os nervos a flor da pele tudo me fazia chorar

sábado, 28 de outubro de 2017

Depois da sseparação que pensara ser definitiva
Estava sempre com medo de enlouquecer
Procurava não lembrar, mas minha memória funciona a minha revelia
Esmiuçando cada lembrança, decupando cada gesto
Passava todos os dias quase o dia todo com raiva
Um frustração constante
Uma indagação infinita: o por que de tudo aquilo?

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Depois da conversa com novas mentiras
Todas inverossimeis
Saio desolado
Chorando copiosamente na chuva
Sua mãe ainda tenta me alcançar, me dizer algo
Que não ouço, digo com a pior dor que já sentira
Que ela partira meu coração de um jeito inacreditável mente
Doloroso horrível mesmo
Digo lhe que tudo aquilo era demais pra mim

Dizendo assim parece piegas
Mas era de fato o que sentia
O clichê da desilusao me afundava num mar de dor

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Meu compromisso era com a verdade
Arrancaria a verdade dela a qualquer custo
Aguentaria quase calado sua encenação de quinta
Demorasse o quanto fosse iria desmascarala de um ou outro jeito
Suas mentiras suas cobrancas absurdas suas idas falsas ao médico
Todo seu teatro montado para impressionar e para tornala vitima voltaria se contra ela
Ela não sairia impune

quarta-feira, 31 de maio de 2017



Talvez o tempo esteja quebrado.
Talvez meu amor tenha se acabado.




             “O objetivo de Barthes nesse curso (O discurso amoroso) era mostrar que o amor não existe para alem do seu discurso, ou seja, que ele não pode ser dissociado desse “eu te amo” proferido (virtual ou realmente) por um eu, para um tu, em uma situação determinada.” (Nem sempre fracassamos ao falar do que amamos. Claudia Amigo Pino, Remate de Males, Jan/Dez. 2011, p.  216)




A situação era toda inventada, mas não por mim, ainda que tivesse minha parcela de ficção. O que fazia com que todo meu discurso amoroso, também fosse mentira, uma mentira criada na chave da realidade. No entanto meu discurso amoroso encontrava resposta na chave da falsidade, da ilusão. Todo meu discurso era invenção.  O que fazer com a invenção? Criar uma representação, uma mediação, enfim narrar o fracasso do meu discurso amorosos dentro daquela situação.